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Um Jardim orientado pela Pedagogia Waldorf é facilmente reconhecido desde suas características estéticas. Tem a forma de uma simples casa, como a de qualquer criança, e da qual se apresenta como extensão e não como espaço distinto como se dá na educação infantil convencional, sendo, inclusive, incorporado pelas professoras Waldorf o arquétipo da Madona (representações especialmente renascentistas) como referência materna com a qual as crianças mais facilmente se familiarizam, o que se traduz nas suas vestes, gestualidade e mesmo no tom da voz adotados.

Nas paredes, as muitas cores vivas e os personagens midiáticos sorridentes muito comuns em muitos espaços infantis, aqui dão lugar à tradicional tonalidade da flor-de-pêssego, que ao invés de estimular e excitar as crianças remete-lhes à sensação de acolhimento do uterino: o que repercutirá nos aspectos emocional e cognitivo das e dos pequeninos, no Jardim, em seus lares e na vida. As crianças devem se sentir a vontade e seguras em um ambiente familiar.

Os espaços priorizam formas orgânicas e muita natureza: árvores, hortas, terra, madeira, alguns animais entre outros com o intuito de promover essa identificação com a vida em sua multiformidade. As salas e brinquedos são feitos com materiais naturais: madeira, lãs, sementes, tecidos. Há ainda todo um cultivo ao encantamento pela vida e pelo mundo, que devem ser apresentados nessa fase, como essencialmente bons e dignos de seu amor. O cultivo desse encanto se reflete na ornamentação do Jardim com o uso de símbolos e outros elementos que compõem um universo poético, rico em significados e encantadores a esse imaginário coletivo infantil, essencialmente criativo e lúdico.

 

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