


Equipe
Patrícia Santos
Cuidadora maternal

Rubia Monteiro
idealizadora e Coordenadora Pedagógica

Monaira Mergulhão
Materneira

Jeyson Rodrigues
Assessor de sociabilidades infantis


Isis Rodrigues
Professora de criatividade, imaginação, amor e magia
Você já observou um/a educador/a Waldorf do primeiro setênio? Algumas distinções iniciam-se desde a formação: um curso de quatro anos e meio comparável a uma outra graduação, e que além de contemplar uma densa carga teórico-metodológica, abrange exercícios (diários) de meditação com vistas à auto-educação, bem como o aprendizado de instrumentos musicais específicos como cântele e flauta doce, treino vocal, aprofundamento no conhecimento sobre as cores e suas misturas, aprimoramento artístico, em especial, nas artes da contação de história e aquarela imersa, produção artesanal de brinquedos, além de uma instrumentalização que lhe qualifica a aplicar os aspectos curativos da Pedagogia Waldorf. Por isso é comum observá-las observando características alimentícias, corporais, sonoras, cognitivas, emocionais, sociais etc.: um estudo de caso para cada criança.
Em sala, falam relativamente pouco e com um tom de voz baixo, a fim de fomentar um aprendizado pela imitação, que não demande nesta fase exercícios de racionalização, mas um aprendizado leve, inconsciente, não de conteúdos gramaticais ou matemáticos, mas do que elas realmente precisam aprender e aprenderão nesse primeiro setênio, principalmente quando imersas no estado de consciência que lhes é peculiar durante o “brincar livre”: princípios de convivência com o outro, com a natureza, com a vida e com o mundo em volta.
Sendo, a música, uma linguagem com a qual as crianças naturalmente se identificam, professoras Waldorf costumam cantar durante a realização de muitas atividades, inclusive para fazer pedidos, transmitir ensinamentos, bem como para direcionar ao lanche, lavar as mãos, retornar à sala, ou simplesmente ao chamar uma criança pelo nome, familiarizando-a com uma naturalidade melódica das fases da vida, e possibilitando-lhe segurança na liberdade experienciada dentro de ciclos que não lhe são estranhos. Assim, uma professora Waldorf conduz um ritmo diário, de acordo com as necessidades de suas crianças, como em uma respiração, intercalando momentos de expansão, com o brincar em espaço aberto, correndo, pulando corda, subindo, escorregando... e momentos de contração, brincando de casinha, bloquinhos, caracol, montar e desmontar, colorir, desenhar, ouvir história. Também incorpora um ritmo peculiar, movimentando-se com gestos leves, que permeará o (in)consciente das crianças, como símbolo de tranquilidade, calma, não-desespero, não-pressa e de certo encanto e fantasia. Mesmo não compreendendo totalmente tais signos, em algum momento, algumas memórias farão sentido e permearão seus atos e escolhas.
Nesta fase, nada adiantam normas, sermões ou gritos. O que lhes influencia são os exemplos práticos. Vale frisar que no primeiro setênio, as crianças são como esponjas que, consciente e inconscientemente, captam tudo ao redor: ações e até sentimentos e ideias. Tais referências, mesmo sutis e maquiadas, adentram seu universo imagético, sendo parcialmente interpretadas pelo olhar adulto também parcialmente apreendido pela criança através da convivência, independentemente de serem ou não, explicadas. A partir desse aprendizado prático pela imitação, o adulto precisa ser o que deseja que a criança venha a se tornar.